O líder da Oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e presidente estadual do PSDB, deputado Tiago Correia, questionou duramente a decisão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de realocar R$ 243 milhões do programa social Bolsa Presença para cobrir despesas com obras e o pagamento de abono a professores.

A medida foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (23). Para Correia, a movimentação orçamentária revela uma "desorganização financeira preocupante" e lança um alerta sobre a saúde fiscal do Estado, sugerindo que a ação "pode configurar até uma pedalada" — em referência à manobra contábil usada para forjar o equilíbrio entre despesas e receitas.

"O governo precisa dar explicações do porquê dessa movimentação e quando haverá a reposição dos recursos do Bolsa Presença," advertiu o deputado.

Ele enfatizou a essencialidade do programa, que atende mais de 300 mil famílias em vulnerabilidade social, garantindo a segurança alimentar e estimulando a permanência dos estudantes em sala de aula.

O tucano demonstrou estranheza com o remanejamento, dada a condição financeira do Estado. "Isso soa como uma manobra para encobrir a falta de dinheiro no caixa," ressaltou Correia. Ele citou que o governo teve uma arrecadação R$ 7 bilhões acima do previsto e ainda possui R$ 23 bilhões em empréstimos já autorizados pela Assembleia.

"É um caso que nos preocupa até mesmo porque a gente não sabe se isso vai comprometer os futuros repasses e a saúde financeira do Bolsa Presença. Estamos falando de um auxílio que garante comida na mesa de quem mais precisa," finalizou Correia, exigindo transparência e reposição imediata dos valores.

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