Rodrigo Pimentel vê Bahia repetindo erros do Rio de Janeiro e diz que “facções não querem só vender drogas, querem território e impõem terror”;assista

Foto: Divulgação
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Durante o evento SOS Bahia, promovido pela Fundação Índigo nesta quinta-feira (5), em Salvador, o especialista em segurança pública e ex-capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel, fez um alerta contundente sobre os rumos da violência na Bahia. Segundo ele, o estado começa a replicar um modelo de dominação territorial já consolidado por facções criminosas no Rio de Janeiro e isso é extremamente preocupante.

“O que estamos vendo na Bahia é o que vimos no Rio de Janeiro anos atrás. A facção não quer apenas vender drogas. Ela quer dominar território, impor medo, construir barricadas, e usar o pânico como arma de controle social”, declarou Pimentel, ao comentar o avanço do crime organizado na região.

O ex-oficial explicou que o domínio territorial, além de estratégico para o tráfico, é também simbólico: “A barricada é o marco físico da presença do poder paralelo. Quando vejo imagens disso na Bahia, percebo que o estado está entrando numa fase muito perigosa, em que o crime não só quer lucrar, mas mandar.”

Pimentel também criticou a postura do governo federal ao não classificar as facções como organizações terroristas, mesmo diante da escalada de violência e do terror imposto à população. “Isso é um erro grave. Quando se assassina um motorista de aplicativo, se degola a vítima e se envia vídeos às famílias, o objetivo não é o dinheiro, é o terror. E o terror é uma ferramenta política, de controle, exatamente como fazem os grupos extremistas mundo afora”, comparou.

Ele reconheceu o esforço da Polícia Militar baiana em retirar barricadas e tentar frear o avanço das facções, mas reforçou que isso exige uma estratégia nacional coesa. “A PM e a Polícia Civil executam políticas. Mas se a política pública não reconhece a dimensão do problema, não há efetividade.”

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