Uma grande força-tarefa foi mobilizada pela Polícia Civil da Bahia na manhã desta sexta-feira (13) com o lançamento da Megaoperação Capitães de Areia, que mira diretamente o coração de uma facção criminosa responsável por uma série de assassinatos, tráfico de drogas e ações violentas na Região Metropolitana de Salvador (RMS). A ofensiva policial visa não apenas prender envolvidos, mas também enfraquecer a estrutura logística e operacional do grupo.

Coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em parceria com a 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari, a operação cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão em imóveis estratégicos usados pelos criminosos como depósitos de drogas e armas. A facção se aproveitava de áreas com mata fechada e acessos difíceis para instalar suas bases, dificultando a atuação das forças de segurança.

A investigação, que vem sendo conduzida há meses, revelou que o grupo atuava com articulação interestadual e possuía forte poder de fogo, contando com apoio logístico de criminosos de outras localidades. A disputa territorial por pontos de tráfico motivou crimes que chocaram a Bahia.

Entre os homicídios apurados, está o assassinato brutal dos irmãos Gustavo Natividade (15) e Daniel Natividade dos Santos (21), jovens percussionistas do grupo afro Malê Debalê, mortos em outubro de 2024. Também é alvo da investigação o homicídio de Victor Guilherme Pereira de Souza, executado por cerca de 20 homens fortemente armados no bairro de Areias, em abril deste ano.

A operação recebeu o nome “Capitães de Areia” em referência à obra de Jorge Amado, mas neste caso, o objetivo é justamente livrar comunidades litorâneas da RMS do domínio do medo e da violência imposta por facções.

As buscas continuam ao longo do dia com foco em apreensões de armas, munições e entorpecentes, além da identificação de outros envolvidos. A expectativa da Polícia Civil é de que essa ofensiva tenha impacto significativo na redução da violência letal na região.

Compartilhe: