Em meio a um auditório lotado de empresários brasileiros e alemães, em Salvador, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, não poupou críticas ao debate sobre um possível aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Para ele, a medida seria mais um golpe na competitividade da economia e no setor produtivo nacional, que já opera sufocado por uma carga tributária considerada excessiva.
“Não há espaço para mais imposto no Brasil. Quem paga isso é o consumidor. Se quem produz não repassar, quebra. Se repassar, perde mercado. É um ciclo perverso”, afirmou Alban, arrancando aplausos da plateia.
O líder da CNI destacou que a arrecadação pública bate recordes, mas sem retorno proporcional para quem gera emprego e riqueza. “Só nos últimos dois anos, foram R$ 170 bilhões a mais em impostos. E, mesmo assim, se discute aumentar mais? Isso é irracional”, disparou.
Ricardo Alban também fez uma comparação provocativa ao citar setores que, segundo ele, são subtributados. “Por que atividades como jogos de azar pagam muito menos imposto do que quem produz e gera empregos? Qual a lógica disso?”, questionou, relacionando ainda os impactos sociais desses segmentos.
A crítica não ficou restrita à questão do IOF. Alban defendeu uma mudança estrutural no modelo fiscal brasileiro, cobrando que o foco seja enxugar os gastos públicos e promover uma tributação mais justa, que alcance também setores digitais, como as big techs, que ainda estariam escapando de parte dos impostos no Brasil.
Ele concluiu com uma mensagem direta aos formuladores de políticas: “Deixar mais dinheiro nas mãos de quem produz gera desenvolvimento, empregos e consumo. Deixar nas mãos da burocracia estatal gera ineficiência. É simples assim”, finalizou.